26 de jul. de 2011

- Pó -

Tudo em que acredito não passa de uma filosofia barata de sebo.

Os estereótipos na minha cabeça
são tão falsos quanto meus amores,
Os heróis que meus pais me mostraram
não podem ao menos me salvar.

Deus, eles não podem...

Cansei de derramar essas lágrimas,
Como se houvesse alguém pra aparar todas elas.
Sou como um falso poeta que não escreve metade do que pensa
Por temer os próprios pensamentos.

Talvez, no final, eu só goste de conversar comigo mesmo,
Em qualquer lugar que não seja a minha cabeça.
Cansei de me torturar, de levar pessoas comigo,
De sofrer, sabendo que no final restará apenas pó;

Pó este que eu nem sequer tenho idéia de onde vai despejar-se.
Que seja na água, na terra, no fogo ou no vento...
Em qualquer lugar longe de vocês.
Um lugar que me traga paz,
Diferente de todos estes em que eu pisei em vida.

22 de jul. de 2011

- 6:00 -

Eu já nem sei mais quando foi a ultima vez,
Parece distante.
Na verdade, penso que nunca existiu.
É como se eu vivesse esperando,
Aquelas tardes inglórias, aquela felicidade dissimulada,

Mas eu ainda possuo força para levantar todos os dias,
E sorrir, sorrir mais uma vez,
A ilusão dos momentos bons,
A parte invisível que me faz acreditar,
Que um dia eu esqueci.

E todas as palavras,
Cuspidas por minha mudança, nunca ouvi.
Ninguém tem o direito de me arrancar a fé,
Mesmo que ela permaneça na dor.

11 de jan. de 2011

- Sofro? -

E ela estava certa,
"amar é sofrer".
Eu estava tão convicto de mim mesmo
Que fiz questão de ignorá-la.
Agora, somente sofro.
Sofro por ter sido eu mesmo,
Sofro por ter ignorado quem queria meu bem,
Sofro por amar... quem um dia odiei.

28 de nov. de 2010

- Porcelana -

Diamantes tão falsos
Que poderiam ser quebrados em porcelana.
As mesmas mentiras,
As mesmas marionetes,
Escondendo suas mãos em fios,
Tudo em favor do teatro de horror.

Poderia você derreter esta cera?
Quer que eu confie em seus demônios mais íntimos?
O falso sentimento da castidade,
Os alicerces da hipocrisia sob o meu sofrimento.
Eu sempre suportei, sofrer nunca foi mérito,
Mas suportei.

Levantar-me, talvez seja a vitória,
Feromônio da raiva.
Minha vontade de vencer
Sobre a sua de render-se.

Sinta isto, viva isto,
Quem sofre sozinho sempre é mais forte.
Alguns dizem que sonho,
Mas se estiver, não me acorde...
Este ódio é tudo que tenho,
O único que me levanta.

22 de nov. de 2010

- AmorTe -

Em sua mente,
Como estar perdido em um lugar escuro.
E lembrar daquelas cenas,
E criar aquelas cenas,
Tão, mas tão aterradoras,
Que vinham roubar-lhe os sonhos da noite.

Se eu pudesse por um segundo
Te emprestar a minha dor,
Você continuaria aqui comigo?
E se eu te contasse todas essas coisas
Que nem ao menos eu ouso questionar?
Verdades, mentiras.

Você cederia, daria-me a mão,
E diria mais uma vez que me ama?
Fugiria para longe, choraria,
Já que eu nunca disse-te nada?
Como seria simples acabar com isso tudo,
Empunhar uma arma vetando sentimentos.

Quando tudo se torna sofrimento
A solução é abandonar-se, abster-se de si mesmo,
Continuar assim, desprezado por quem mais ama,
e muito mais por você mesmo.
Como um amor morto para um cupido suicida,
O pulso em sangue amou a navalha,
E essa era a única diferença;

Quanto mais dor, mais se amava.
Eles vieram fortes e inapagáveis,
Jamais se separaram.
Os lados mortais desceram as escadas,
Sempre, mas sempre,
Evitaram espelhos.

6 de nov. de 2010

- Pacto -

De encontro com a chuva, uma madrugada fria,
Escutava aquela canção que há tempos não ouvia.
Procurava um amigo interior, mas no final sabia,
O que fazia não era certo, mas consertar não iria.

O seu sonho ele havia abandonado,
Não era como ele imaginava.
O que ele amava, odiava,
A triste melodia que ninguém cantava.

Percebia o quão simples pode ser a vida,
Se você fizer da chuva o seu guia.
Transformou os problemas em feridas,
E curou cicatrizes indefinidas.

Escuridão ainda o cercava,
Mas ele se tornou amigo dela.
Fazia poesias sob as velas,
Para expressar seus sentimentos por ela.

Ela o adotou,
Quando ia partir o cobria com ardor.
A luz ele não via (pelo menos enquanto dormia),
Sonhava na noite, sonhava no dia.

Em sonho ele lembrava de um pacto perfeito,
Ela o trazia paz, e ele a trazia letras.